Introdução: Portugal
foi uma província do Império Romano durante os séculos 27a.C – 476d.C. Durante
a Idade Média foi dominado pelos árabes, porém os Reinos Ibéricos uniram força
e com o apoio militar dos mercenários franceses, expulsam os árabes de suas
terras, este acontecimento ficou conhecido como guerra da reconquista (Séc.
XI-XII). O Conde Francês H. Borgonha, recebeu como recompensa um território
chamado de Condado Portucalense, que em 1.139 foi instituído o Reino de
Portugal.
Dinastia
Borgonha: foi a 1ª dinastia de reis
Portugueses. Verificou-se a concentração do poder real. Havia duas regiões
distintas: do Norte, onde se instalou a dinastia Borgonha, e a do Sul,
arduamente reconquistada aos muçulmanos. Na medida em que ia acontecendo a
reconquista, as terras do sul iam sendo doadas a nobres e clérigos. Com isso,
delineou-se um Norte senhorial, com poucas cidades e um sul mais urbano. Em
1383, com a morte de dom Fernando I, chegou ao fim a dinastia de Borgonha.
Nesse mesmo cenário,
formava-se uma poderosa elite burguesa, em decorrência do surgimento do
capitalismo mercantil. Esta nova classe passou a lutar contra a nobreza por
poder político. Em 1385, após uma guerra contra Castela, os portugueses
colocaram no trono dom João I, Mestre de Avis, apoiado principalmente pela
burguesia mercantil e pela população urbana. A classe burguesa derrubou a
nobreza e os reis Borgonha, instituindo a dinastia de Avis, que promoveria as Grandes
Navegações Portuguesas. Devido a expansão comercial
e urbana iniciada no séc.XI, ocorreram grandes transformações sociais, onde a
cidade passou a ter maior importância, o número de trabalhadores assalariados
aumentava, a circulação de mercadorias tornou-se mais rápida e a moeda se
consolidava com instrumento universal de troca. Tais mudanças eram
características da formação de uma sociedade mercantil-capitalista.
Apesar disso, surgiram obstáculos na expansão deste sistema, pois a sociedade
feudal, com suas relações de trabalho serviu e com a predominância de uma
economia agrícola, impedia o avanço das relações mercantis capitalistas. Devido
a isso, podemos citar obstáculos como: a diferença de crescimento entre a
produção agrícola e o crescimento populacional, ou seja, havia o aumento da
população, e a estagnação da produção agrícola. Isso aconteceu porque era baixa
a produtividade do trabalho servil. Como consequência, os alimentos ficaram
cada vez mais escassos e seus preços aumentavam. Esta sucessão de acontecimento
configurou a crise de crescimento. Além disso, com o comércio de especiarias,
provocou o esgotamento de moedas das regiões da Europa, que se agravou com o
esgotamento das minas europeias de metais preciosos.
Para solucionar os problemas ocasionados pela
crise, houve a expansão através da conquista de novos mercados e de novas rotas
para os mercados tradicionais do oriente, além disso, havia a busca por novas
fontes de metais preciosos para solucionar a crise das moedas na Europa.
Portanto, podemos concluir que a expansão
marítima e comercial (revolução comercial) foi resultado da crise do
crescimento europeu. Tal crise, como vimos, motivada pela inadequação entre 2
formas de governo (a feudal em transformação e a mercantil-capitalista em
formação). Mas apesar de tudo, não foi somente motivações de cunho econômico,
mas também por fatores de ordem cultural e religiosa, como: o espírito de
aventura, o desejo de conhecimento e o empenho religioso em propagar a fé
cristã, através da catequização dos gentios.
Esta última foi a principal justificativa
ideológica para a expansão.
O pioneirismo Português
Portugal foi pioneiro no processo
expansionista ultramarino. Alguns fatores favoreceram isso, como: Portugal era
um reino unificado e independente, a burguesia tinha grande influencia junto ao
rei (vigência da dinastia de Avis) interessado na expansão marítima, mantinham
relações comercias com negociante da Inglaterra, posição privilegiada voltado
para o atlântico, experiência marítima (fonte de renda vinha do mar) e a
construção da Escola de Sagres que
era um centro de estudos de navegação, onde realizaram estudos náuticos
necessários para levar adiante as expedições marítimas.
O primeiro resultado
de todo esse preparo foi a conquista de celta, ilhas da madeira e dos açores e
a ultrapassagem do Cabo Bojador. Em 1498 Vasco da Gama chega às índias
orientais. De volta a Lisboa, ele trazia caravelas sobrecarregadas de
especiarias, que proporcionaram lucros de 6 mil por cento. Dessa forma,
Portugal tinha uma situação privilegiada, porém esta não durou muito tempo,
pois comerciantes de outros países passaram a negociar diretamente com o
Oriente, que provocou queda no peço dos produtos, resultando em prejuízo para os
portugueses. Enquanto isso, as terras conquistadas por Cabral na América
atraíam a cobiça de outros povos. Entre esses e outros motivos, levou o governo
português a iniciar a colonização das terras americanas em 1530.
O tratado de Tordesilhas: Devido
as divergências entre Portugal e Espanha, sob os feitos de Colombo em sua
viagem de circum-navegação da terra. O Papa, para evitar conflito, em 1494,
instituiu o tratado de Tordesilhas, que dividia o mundo entre seus domínios,
através de uma linha demarcatória imaginária, onde as terras a oeste da linha
seria da Espanha e a leste de Portugal, (Terras que sete anos depois, seriam
encontradas por Cabral).
A colonização Portuguesa
Com o declínio no
mercado de especiarias, e
a invasão espanhola,
que não respeitavam o tratado de Tordesilhas, a maneira mais eficaz para
consolidar a posse das terras seria sua colonização. Em 1534, o rei Dom João
III dividiu o litoral em 14 capitanias hereditárias entregues a doze
capitães donatários (cristãos novos, judeus cristianizados). Os donatários
tinham as seguintes funções:
àConceder sesmarias, ou seja, áreas de
comércio, para promover o aumento da produção na colônia, Nomear autoridades
administrativas, Vender e escravizar índios, fundar vilas, cobrar impostos etc.
Objetivo: transferir a
responsabilidade da colonização para particulares.
A constituição
político-administrativa era embasada em dois documentos: carta de doação e foral. A
primeira confiava a administração perpétua e hereditária, e a segunda estavam fixado
os foros e o tributos que a população pagaria ao rei e ao donatário. Porém, a
maioria dos donatários fracassou em seu empreendimento devido a falta de
recursos financeiros, falta de incentivo do governo e dificuldades impostas
pela distância. Apenas Martim Afonso e Duarte coelho, obtiveram sucesso. Apesar
do fracasso, o sistema perdurou até 1759 e conviveu com o governo geral. O
cultivo de cana de açúcar na colônia portuguesa assumiu três características:
grande propriedade rural, monocultura e trabalho escravo. Com a crise do
comércio de especiarias, o fracasso das capitanias, associado a dificuldade de
defesa contra os índios, que lutavam por suas terras e contra a escravidão, fez
com que o governo português decidisse então, criar o Governo Geral: Objetivo: efetivar a colonização de exploração,
centralizar a defesa do território e administração da colônia. à
O 1° governador geral foi Tomé de Souza (1599-53), que fundou Salvador,
primeira cidade e capital da colônia. Junto a Tomé de Souza, vieram os padres
da companhia de Jesus, que tinha dois
objetivos sobre a colônia, que eram: um era missionário, através dos
Aldeamentos (reduções
ou missões) nos quais os indígenas eram catequizados. Outro objetivo era
educacional, através da construção de colégios, que se tornaram centros de
referência da cultura colonial. Além de educação religiosa, os índios eram
iniciados na prática de atividades profissionais, como carpintaria e tecelagem,
e também eram desenvolvidos atividades agrícolas. Em 1552, instalou-se o 1°
bispado.
à Duarte da Costa (1553-58): Em 1554 foi
fundada a cidade e colégio jesuíta São Paulo, por José de Anchieta que era
espanhol e veio para a colônia portuguesa em 1553. Em 1555, os franceses
invadiram o Rio de janeiro, criando uma colônia denominada de França antártica.
Devido ao alto índice de corrupção no governo de Duarte Costa, houve um grande
desgaste político.
à
Mem de Sá (1558-72):Em 1565 houve a fundação da cidade do Rio de Janeiro. Em
1567, Anchieta participou da expulsão dos franceses da cidade do Rio de
Janeiro. Houve a Expansão das atividades jesuítas no Brasil, e com isso houve o
crescimento da economia com o aumento da atividade açucareira em São Paulo e no
Nordeste. Com sua morte em 1572, o
governo português colocou políticos menos expressivos para administrar o
Brasil. Em 1580, por questões políticas, associada ao processo de sucessão real
lusitana, ocasionaram o processo de união ibérica.
A União Ibérica foi um período em que os espanhóis se
apossaram do trono português, mediante a falta de um sucessor que pudesse
assumir o governo de Portugal. Em termos gerais, a Espanha acreditava que o
processo de unificação pudesse ampliar as divisas dos cofres hispânicos e
reforçar o papel de liderança da Espanha no processo de evangelização dos
nativos americanos. A união ibérica podia consolidar também a ligação
comercial, especialmente no que
Se refere ao trafico de
escravos para a America. Essa durou sessenta anos (1580-1640). Nesse período a
região amazônica em sua maior porção, foi anexada a America portuguesa. A luta
contra os franceses levou os portugueses em pontos do litoral norte e nordeste.
Em 1616, eles chegaram ás terras do atual estado do Pará, consolidando-se a
fundação da cidade em 12/01/1616. O interesse principal era por produtos da
floreta, as drogas do Sertão, e a pesca.
Diversidade
dos povos indígenas: eram em 3 a 5 milhões de pessoas e
estavam divididos em inúmeros povos, que falavam línguas diferentes e tinham
costumes também muito diversos entre si. Eles não formavam um grupo homogêneo,
apesar disso, podemos destacar características comuns entre os principais
grupos, tais características eram: não tinha estado organizado nem tinham um
único chefe. Cada povo era formado por diversas tribos que falavam a mesma
língua, mantinham os mesmos costumes e estavam ligados por fortes laços
culturais. De modo geral, deslocavam-se quando os recursos naturais da região
estavam próximos de se esgotar. Os grupos que praticavam a agricultura
costumavam viver em aldeamentos maiores, mas também se dedicavam atividades
como a cerâmica. A divisão do trabalho estava baseada no sexo e na idade. A
produção era voltada para atender as suas necessidades ( subsistência). A
riqueza portuguesa foi produzida, sobretudo por mãos escravas. A princípio, os
portugueses tentaram reduzir os próprios nativos a essa condição. Os índios,
contudo, ofereciam todo tipo de resistência ao trabalho obrigatório e acabavam
sendo substituídos pelos africanos.
A
escravidão indígena continuou, sobre tudo nas áreas mais pobres, como São
Paulo, para os colonos dessas regiões ela foi de crucial importância, já que o
preço de um índio era inferior a de um negro. Na religiosidade indígena, assim
como em outras, tinham sua forma de sincretismo religioso, ou seja, ideia de
terra sem males. Ex. Tambor de mina
Escravidão africana: desde o século XV, o comercio de
escravos africanos foi uma das atividades econômicas altamente rentáveis e
lucrativas para os europeus. Entorno do trafico negreiro desenvolveram-se ainda
diversas atividades econômicas como: incrementou-se a indústria naval,
incentivou-se a manufatura (aguardente, pólvora, tecidos) e o cultivo de fumo.
No fim do período colonial, grande parte da população brasileira era formada
por escravos africanos e seus descendentes.
A
maior parte dos escravos era confinada em habitações coletivas, as senzalas,
quase sem janelas, para facilitar a vigilância. Ao se casarem, muitos passavam
a viver em áreas isoladas. Essa medida era tomada com o intuito de
incentiva-los a ter filhos para a aquisição de novos escravos. Responsáveis por
quase todo trabalho braçal, eles tinham poucas horas de descanso, e seu
principal alimento era a mandioca. Eram submetidos a severos castigos, desde
quebra dos dentes a marteladas ao emparedamento vivo. Devido a isso, a vida
útil de um escravo adulto era no máximo de 10 anos. Os escravos nunca aceitaram passivamente essas
condições, eles resistiram a o cativeiro e ao trabalho compulsório de várias maneiras. Muitos conseguiram
escarpar e embrenhar-se nas matas, formando os quilombos, comunidades formadas
por escravos fugitivos. Uma das formas de resistência foi a preservação das
manifestações culturais que davam coesão e mantinham o sentimento de identidade
étnica e cultural dos integrantes de um mesmo grupo. Uma as manifestações era o
gênero musical conhecido como jongo.
Descimentos:
também chamado de
destribalização, eram expedições realizadas pelos missionários, onde havia a
transferência de índios de suas tribos para regiões controladas pelos jesuítas,
com o objetivo de aldear os índios. Aldeamentos:
local onde os índios eram catequizados e trabalhavam para as ordens religiosas
(índios catequizados não eram escravos). Os índios eram trabalhadores
remunerados. Os portugueses pagavam para a ordem jesuíta, para repassar aos índios,
que pagavam através de alimentos, como a carne bovina.
Tropas de resgate: grupos de índios aliados aos
portugueses capturavam índios inimigos dos portugueses e não catequizados, que
podiam ser antropófagos ou não, para serem transformados em mão de obra escrava
para os portugueses. Guerra justa:
guerra aprovada pela igreja, contra os índios rebeldes. Pombal: eram o 1°ministro do reinado de Dom José I, criou a
lei do diretório que abolia o trabalho escravo indígena. O índio passou a ser
cidadão brasileiro. Fatores: com o crescimento do trabalho escravo, as
resistências indígenas e os desentendimentos com a igreja, levou a criação do
diretório. Os desentendimentos por motivos políticos gerou a expulsão dos
jesuítas do Brasil. Formas de resistência indígena: através de guerras,
fugas, sabotagem e “preguiça”.
Exercícios de fixação
1. Comente os principais
fatores econômicos, sociopolíticos, religiosos e culturais que propiciaram a
expansão europeia.
2. Cite 3 fatores que fizeram de Portugal o país
pioneiro na expansão marítima europeia.
3. O que tornou possível, a
existência das grandes Navegações?
4. Explique o problema social
enfrentado durante a crise de
crescimento.